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Blitz nas boates em Goiânia: Segurança em pauta0 comentário

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Publicado em 31/01/2013 12:55


Diversão e entretenimento nós já sabemos que elas oferecem. Agora nossa equipe de reportagem quer saber como estão as casas noturnas de Goiânia no quesito segurança

A tragédia na boate Kiss em Santa Maria, que vitimou mais de 230 pessoas após um incêndio que atingiu o forro de isolamento do local na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, serviu de alarde para toda a sociedade brasileira quanto aos itens de segurança das casas noturnas. O local onde o cliente vai em busca de diversão e entretenimento não pode pecar no quesito segurança, certo? Afinal, não é comum o cliente chegar e logo perguntar ao atendente: “Onde é a saída de emergência? Os extintores estão em dia? O pessoal está treinado para lidar situações de pânico”? Antes da tragédia que comoveu todo o país, essas perguntas não eram feitas pelos clientes aos responsáveis pelas baladas. Você provavelmente nunca fez, mas a equipe arrozdefyesta.net vai fazer essas perguntas por você. Questionamos aos dirigentes das principais casas noturnas de Goiânia a quantas andam os quesitos de segurança dos estabelecimentos. Para um local ser considerado seguro, segundo as normas técnicas, alguns itens são observados: se o local possui alvará de funcionamento (que precisa estar exposto na entrada do local), saída de emergência, extintores, iluminação de emergência e sinalização de saída de emergência.
 
A Villa Mix, casa de música sertaneja localizada na Avenida 136, no Setor Sul, em Goiânia, tem capacidade para 600 pessoas e possui duas saídas de emergência, além da porta principal de entrada. A informação é de um dos responsáveis da casa, que pediu para não ser nominado, que explica que as saídas possuem vão livre de 4,40 metros e que dão para a frente e para os fundos do estabelecimento, permitindo o esvaziamento total do ambiente em três minutos. Ele ressalta que tanto a visita dos bombeiros, o alvará de funcionamento e os extintores estão em dia e que o estabelecimento segue todos os padrões de segurança e sinalizações exigidos pelas normas técnicas e governamentais, além de ter todas as licenças e permissões para funcionamento. Por estar situada em um prédio comercial, a Villa Mix possui hidrantes, sprinkler (chuveiro automático para extinção de incêndio)  detectores de fumaça e rotas de fuga. E devido à tragédia em Santa Maria, além de equipe treinada (que já existia na boate) a casa passa a contar diariamente com um brigadista de plantão.
 
O Bolshoi Pub, cujo estilo musical predomindante é o rock’n roll, localizado na Rua T-53 no Setor Bueno, emitiu uma nota à imprensa sobre o ocorrido, onde se posiciona sobre sua segurança. Segue o texto que foi publicado no perfil oficial da casa no Facebook: “Além de se solidarizar com o sofrimento das famílias das vítimas do incêndio ocorrido na boate Kiss em Santa Maria, o BOLSHOI PUB informa a todos seus clientes e a sociedade local que a casa funciona em total legalidade e atende todos os requisitos exigidos pelos órgãos Federal, Estadual e Municipal, e no que diz respeito à segurança, informa e esclarece também que, efetuará novamente, todos os procedimentos exigidos pelo Corpo de Bombeiros da capital e demais órgãos, a fim de que todos se sintam em total segurança”.
 
A Atlanta Music Hall, maior casa de eventos do estado de Goiás, localizada na região metropolitana da BR-153, em Aparecida de Goiânia, também declara aos seus frequentadores que possui todos os itens de segurança exigidos por lei, tais como sete portas de saída de emergência devidamente sinalizadas, extintores em dia e alvará de funcionamento em ordem. A gerente de gestão da casa, Regina Gonçalves, salienta que o estabelecimento comporta 7000 pessoas e que o alvará de funcionamento vence em abril, mas que já solicitou a sua renovação. “Inclusive já recebemos nesse ano a visita do corpo de bombeiros realizando vistoria”, explica. Durante a realização de cada evento, a Atlanta conta com a presença de brigada de incêndio, com bombeiros civis credenciados treinados pela própria equipe dos bombeiros militares, tudo para promover ao seu cliente o máximo de segurança.
 
A Santafé Hall, localizada na avenida T-1, no Setor Bueno, não atendeu nosso pedido de entrevista via telefone e email. No site é frisado ao cliente que a casa tem capacidade para 1400 pessoas, possui quatro bares, quatro banheiros, acesso para deficientes físicos e estacionamento para 200 carros. Nas redes sociais, os promoters postaram, devido à tragédia em Santa Maria, que a “Santinha”, como é carinhosamente chamada pelos seus frequentadores, possui quatro saídas de emergência com capacidade de saída de 400 pessoas por minuto. 
 
A Royal Club, localizada na avenida T-10, no Setor Bueno, também não respondeu ao nosso pedido de entrevista. Porém, em entrevista à equipes de tv e jornal de grande circulação, a casa mostrou que está com tudo ok quando o assunto é segurança. Os gerentes da Pacha Goiânia (Rua 137, setor Marista) e do Samauma Bar (Rua 139, setor Marista) não foram encontrados para comentar o assunto. Mas entendemos que uma casa com renome internacional, no caso da Pacha, e uma que há tantos anos diverte o público goianiense, no caso do Samauma, não descuidariam dos quesitos de segurança. Caso contrário, não obteriam as renovações dos alvarás de funcionamento. Caso alguma das casas queiram se pronunciar, a equipe está a disposição para realizar a entrevista e fazer o complemento da informação aqui nesse espaço.
 
O que você deve observar
 
  Além de  saber se a casa oferece segurança aos clientes, é importante também que o cliente saiba o que observar no ambiente e como se comportar numa situação de estresse. Abaixo listamos alguns itens que devem ser observados (as dicas foram retiradas do site G1):

Alvará de funcionamento - documento emitido pela prefeitura, estado, bombeiros ou órgão específico de atuação de cada estabelecimento que dá permissão para o empreendimento atuar. Tem de ser afixado em local visível aos usuários. 

Saídas de emergência - são obrigatórias, porém a quantidade e a posição onde devem ser colocadas são determinadas por uma avaliação técnica feita por engenheiro ou arquiteto. Deve ser localizada de modo que a distância de percurso de qualquer ponto da rota de saída até a sinalização seja de, no máximo, 15 metros. A sinalização complementar de rotas de saída é facultativa e deve ser aplicada sobre o piso.

Porta corta-fogo - protege a saída de emergência, que não pode ter materiais inflamáveis. Para segurança, ela deve possuir uma barra “antipânico” como sistema de abertura só com a pressão das mãos sobre a barra - a pessoa destrava e abre a porta. Deve ser usada em áreas que comunicam diretamente com as rotas de fuga.

Extintores - são obrigatórios e devem ser checados uma vez por ano. Quem calcula a quantidade do dispositivo e onde ele deve ser instalado também é o especialista técnico. Segundo as normas do Inmetro, existem três tipos de fogo: o fogo gerado por combustíveis líquidos, por líquidos inflamáveis e por equipamentos elétricos. Cada extintor traz as suas especificações.
 
Dispositivo de extração de fumaça - são dutos no teto que ajudam na circulação de ar e na evacuação da fumaça, caso comece um incêndio. No entanto, o dispositivo não é obrigatório em todos os estados.

Alarme de incêndio com detector de fumaça - o detector de fumaça aciona automaticamente um alarme sonoro sobre a existência de um incêndio. Ele pode ser equipado ainda com um dispositivo de localização, que envia um sinal de emergência ao Corpo de Bombeiros. No entanto, não é obrigatório em todos os estados; apenas o alarme de emergência manual, acionado por um botão.

Sprinkler (chuveiro automático para extinção de incêndio) - é uma rede instalada no telhado do prédio com diversos dispositivos com água, que devem ser acionados automaticamente, por meio da variação de temperatura. Eles cobrem uma área de 10 m² a 14 m² e conseguem conter a fumaça e o calor logo no início, o que evita possíveis mortes por asfixia.
 

Como se comportar numa situação de emergência
 
Você sabe como lidar diante de uma situação de perigo extremo, como tumultos, incêncios, etc? Leia as dicas para saber como conduzir a situação da melhor forma (com dados do portal G1): 
 
Entender o que está acontecendo: O que mais contribui para o sucesso de uma pessoa em um acidente ou incêndio é tentar entender, o mais rápido possível, o que está acontecendo e identificar uma estratégia para escapar. O tempo é um fator decisivo em caso de incêndio. É necessário analisar previamente as opções de escape e abandono, identificar antecipadamente as saídas, pensar sobre possíveis estratégias, manter constante atenção sobre o que está acontecendo e se permitir imaginar o que poderia ser feito numa situação de emergência.

Perceber que está em situação de emergência: Estar atento aos alarmes e sinais suspeitos como fumaça, sirenes, ruídos, sons e calor pode fazer diferença decisiva. Os mais atentos têm mais chances de reagir em um tempo menor.  Segundos a mais no tempo de reação podem fazer diferença em caso de incêndio.

Identificar a direção e a origem do fogo: Antes de iniciar a fuga do local, tente identificar de que lado está o incêndio. Pode ser que esteja progredindo no mesmo piso, pode também estar vindo de cima ou de baixo. Fumaça e calor tendem a subir e observar isso pode ajudar a identificar a direção de onde vem o incêndio para que seja evitada.

Se tiver dúvida, não fique no local: Caso haja indício ou suspeita de um incêndio, não hesite, siga a sinalização e saia do local. Depois verifique se realmente trata-se ou não de uma emergência. O máximo que vai acontecer é ter que retornar ao seu local de origem.

Se preparar para sair rápido: Na hora em que se percebe o incêndio, o efeito surpresa causa um impacto emocional sobre as pessoas. A ideia é sair, mas o ambiente emocional pode tornar difícil a simples localização da chave da porta ou encontrar as portas de saída ou de emergência. O mais importante é priorizar a vida sempre, ao invés de documentos, objetos e valores.

Fumaça: Simulações em computador indicam que acidentes com fumaça causam mais vítimas do que o fogo direto. Muitas vítimas, antes de sofrerem queimaduras perdem os sentidos por causa da inalação de fumaça. Uma toalha ou camiseta molhada sobre a cabeça pode oferecer um tempo extra de resistência em um ambiente com fumaça. Em geral a fumaça tende a subir, ou seja, próximo ao piso é mais provável de se respirar melhor.
 
Fumaça negra e muito densa também provoca perda de visibilidade. Não raramente ambientes podem estar parcialmente tomados por fumaça negra apenas na parte superior.  Como as pessoas estão com a cabeça dentro da fumaça negra, não enxergam, ficam desorientadas e acabam respirando essa fumaça, que em geral é letal e de rápido efeito. Abaixe-se para respirar por mais tempo.

Não deixe pessoas para trás: Um erro comum é sair para ver o que está acontecendo e deixar pessoas para trás sem comunicação. Isso pode gerar pânico e desespero, fazendo com que a pessoa tente retornar em meio a um incêndio impossível de ser enfrentado. O melhor a fazer é sair em grupo, todos juntos.

Elevadores: Os elevadores modernos possuem uma programação automática para incêndio, que ao ser acionada faz com que a cabine desça para o térreo e abra a porta. Isso significa que se a pessoa estiver no elevador e a programação for iniciada, basta aguardar que o elevador chegue ao térreo e abra as portas. Em incêndios que interrompem a energia elétrica subitamente, opte pela saída de emergência no teto do elevador.

Energia elétrica é cortada: Uma das primeiras ações a serem tomadas no combate a um incêndio é cortar a energia elétrica para reduzir a propagação do mesmo. Muitas vezes o incêndio se inicia por um curto circuito que desliga o fornecimento de energia automaticamente mesmo antes de um agente externo executar essa tarefa. Portanto, opte sempre pelas escadas, mantenha em local de fácil acesso lanternas disponíveis e carregadas.

Crianças ou pessoas com limitação de locomoção: Crianças pequenas devem ser levadas no colo e com o rosto próximo ao do adulto.  Assim as condições de respiração para ambos serão as mesmas. Frequentemente pessoas que estão socorrendo outras instintivamente buscam o ar de melhor qualidade mas não atentam que há alguns centímetros de distância o ar pode estar irrespirável para quem está sendo socorrido.

Portas: Antes de abrir uma porta observe a temperatura na superfície e se há passagem de fumaça.  Em alguns casos, se do outro lado o fogo estiver intenso, uma vez aberta a porta esta não conseguirá mais ser fechada.

Não siga grupos por seguir: Não siga um grupo apenas por seguir, principalmente se não existia treinamento prévio e uma estratégia definida para fugir do incêndio. Grupos muito grandes sem treinamento enfrentam dificuldades de comunicação, o primeiro não consegue falar com o último e se o primeiro perceber que é preciso voltar os últimos poderão estar forçando o grupo para frente e gerar confusão. 

Não tentar combater o incêndio: Ao perceber que o fogo está fora do controle, priorize sair e deixe a tarefa de combate para os bombeiros profissionais e brigadistas. Utilize o sistema de combate a incêndio, extintores ou mangueiras para abrir caminho para sair.

Evite o confinamento: Não fique em locais confinados se há opção de saída.  A hora de tomar a decisão de sair é enquanto as saídas estão disponíveis. Evite ficar confinado mesmo que isso pareça seguro.  Só considere a possibilidade de um abrigo confinado em último caso. Janelas são uma opção em situações extremas. Em alguns casos é possível passar entre janelas e varanda.

 
Reunião na prefeitura define ações nas boates de Goiânia 
 
Durante cerca de duas horas, representantes da Prefeitura de Goiânia, do Estado de Goiás e do setor empresarial discutiram propostas de ações a serem desenvolvidas nas boates e casas de shows em funcionamento na capital. Tudo para que a população que frequenta estes locais não corra riscos de tragédias, como a que aconteceu em Santa Maria (RS).
 
  O secretário municipal de Indústria, Comércio e Serviços, José Geraldo Freire, presidiu os trabalhos na reunião, que aconteceu no Salão Nobre do Paço Municipal no dia 29. Ele disse que o propósito é estabelecer uma agenda positiva, com todos os órgãos envolvidos, no sentido de garantir ao goianiense toda a segurança necessária ao frequentar casas noturnas na cidade. 
 
  Dentre as propostas levantadas, a Secretaria de Fiscalização vai iniciar na próxima semana um trabalho de vistoria completa em todas as boates localizadas em Goiânia. Segundo dados levantados pela pasta, há cerca de 50 dessas casas em atividade no município. O secretário de Fiscalização Allen Viana informou que o trabalho vai começar pelas casas de maior capacidade de público. Ele garantiu que as vistorias serão completas, levando em consideração a existência do alvará de localização e funcionamento da empresa, possíveis descaracterizações deste documento, além de outras irregularidades, que, se encontradas, serão repassadas aos órgãos competentes.
 
  As boates que apresentarem algum tipo de problema serão notificadas a regularizarem a situação em prazo previsto em lei. O secretário Allen Viana informa ainda que a Secretaria de Fiscalização deverá fazer um trabalho de monitoramento constante desses estabelecimentos.
 
  O tenente-coronel Lopes, da Brigada da Defesa Civil do Corpo de Bombeiros, que representou a corporação no encontro, disse que o trabalho de vistoria é constante em todos os estabelecimentos de aglomeração de pessoas. Mas ele acha que é necessário uma maior participação da sociedade neste trabalho, no sentido de fiscalizar eventuais irregularidades. O militar reconhece que ainda há muita falta de informação sobre condições de segurança não só por parte dos frequentadores, como também de funcionários e até mesmo dos empresários. Ele lembra que é também papel do cidadão verificar se o local que frequenta atende as necessidades mínimas de segurança. “Infelizmente não é costume da população se atentar a isso”, lamenta Lopes. (com informações da Ascom da Prefeitura de Goiânia)

Eva Taucci para a revista eletrônica ArrozdeFyesta.net

 

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