Grande Encontro | 0 comentário |
Como Foi?
Publicado em 18/12/2010 00:00
MUITO BOM para o evento
RUIM para o local
Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite. E de fato essa noite de 18 de dezembro prometia. Na capital goiana, a meca da música sertaneja, se apresentou a dupla que é o sucesso do momento mas que não é da terra do pequi: Fernando e Sorocaba. O local foi o CEL da OAB e o evento, “O Grande Encontro”, que também contou com a participação das duplas Henrique e Diego e João Carreiro e Capataz.
Indo para o evento, lá ao longe, ainda na BR-153, cerca de uns 3 quilômetros antes de chegar ao local, já era possível ver as luzes vermelhas emaranhadas das lanternas das centenas de carros. Sim, centenas. Talvez milhares. Todo lugar virou estacionamento: lotes baldios, ilhas da rodovia, meios-fio. Os cambistas zanzavam entre um carro e outro a procura da oferta perfeita. O camarote feminino era vendido por até R$ 150 e o masculino R$ 180. O valor oficial era R$ 80 e R$ 120, respectivamente. E teve gente que fez a felicidade dos vendedores. “Não tem mais ingresso, vendeu tudo”, dizia um que passou apressado pra pegar com o colega outras entradas pra vender.
Após a maratona do estacionamento, era a vez da entrar. Com três entradas diferenciadas, Vip, Extra vip e Camarotes, o pessoal fez fila com sorriso nos lábios, que foi desfeito quando a chuva chegou. Por volta das 23 horas caiu um pé d’água que molhou todos aqueles que estavam nas filas esperando pra entrar. Como não dá pra impedir o fenômeno da natureza, o jeito foi levar na esportiva e aguardar o que a noite reservava.
Lotado. Esse era o retrato do espaço lá dentro. O salão nobre do CEL da OAB ficou pequeno para o tanto de pessoas que foram prestigiar o show. A chuva contribuiu para que as pessoas se aglomerassem mais. Talvez em noite de céu firme os sertanejeiros teriam se espalhado mais, além do salão e tendas previamente dispostas. A administradora Ivana Lobo, 30 anos, reclamou do excesso de pessoas. “Achei o espaço pequeno para o tanto de pessoas que compareceram. A chuva também tirou um pouco do brilho do evento", disse. Outro que reclamou foi o estudante Luiz Felipe Ferreira: "Sinceramente, a organização deixou a desejar pelo local escolhido. Ou colocavam menos ingressos a venda ou trocavam de lugar. Mas os shows devem compensar esse fato", ponderou. Mas teve quem não se importou com isso. Que o diga o fisioterapeuta Henrique Bastos Amorin, 26 anos. "Vim pra curtir com os amigos e é isso que estamos fazendo. Festa boa é festa cheia. E chove chuva".
Detalhe a parte, vamos ao que interessa. Fernando e Sorocaba entraram no palco um pouco depois da meia-noite, fazendo o primeiro show do evento. Na abertura tocaram a música de trabalho “To passando mal” e emendaram o hit “Da cor do pecado”, que levou o público ao delírio. Espaço pra dançar quase não existia, mas quem insistiu conseguiu uns centímentros a mais para o famoso dois pra lá e dois pra cá. A vendedora Katiucia dos Santos, 20, debutou no evento. "Nunca tinha vindo ao CEL da OAB e achei o lugar lindo. O show foi perfeito! Amo o Fernando e Sorocaba e não me importo se o show tava lotado", disse. E ainda rolou “Bala de Prata”, “Madrid”, “Celebridade”, “Paga pau”, “Delegada”, e outros sucessos!
Com a letra das músicas na boca da galera, Sorocaba literamente se jogou na multidão: dentro de uma enorme bolha plástica ele passeou sobre sua platéia, levando a mulherada ao delírio. A estudante Aline Martins, 19 anos, aprovou as novidades do show. "A festa tá maravilhosa, cheia de gente bonita. Estou adorando!".
Enquanto Fernando e Sorocaba divertiam a galera, uma outra cena acontecia paralelamente no evento: a busca por bebidas. Não faltou cerveja ou vodca para animar a galera. Que o diga o estudante José Evaristo Meirelles, de 24 anos: "Não tá faltando bebida e inclusive ela tá gelada, o que é raro de acontecer. Mas pagar a mais por um espaço diferenciado e encontrar tumulto é frustrante". E além de beber, também tinha gente querendo se arranjar. "Estou com umas amigas e viemos pra paquerar. Mas só vejo meninada aqui. Cadê os homens de Goiânia? Sobre o show, tá bacana, mas ainda não achei o champagne. Só tem cerveja", alegou a empresária Viviane Rodrigues, de 25 anos.
Fim de show para Fernando e Sorocaba, mas não para o evento. Na sequência se apresentaram Henrique e Diego e a dupla João Carreiro e Capataz. O advogado Ramon Silva e Souza, 35, veio de Brasília com amigos pra curtir o evento. "Sou de Brasília e sempre venho em eventos em Goiânia. Os shows estão bons, mas esse empurra-empurra enche o saco. Se soubesse que seria tudo igual, nem teria pago mais caro pelo convite que se diz camarote". E a empresária Suelen Prado, 30 anos, emplacou outra argumentação: "Festa em Goiânia já tem tradição de ser cheia, ainda mais sertanejo. Esse fato não me surpreende. O pessoal tá animado, quem tá servindo no bar não tá de cara feia. Acho que os organizadores acertaram na contratação dos profissionais".
Sem dúvida não dá pra negar que o evento foi um sucesso. E a noite terminou assim: sem (mais) chuva e com muita música sertaneja pra cantar e dançar. E ano que vem certamente tem mais “O Grande Encontro”!
Eva Taucci para o site Arroz de Fyesta.