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Entrevista

Publicado em 15/10/2015 22:12

Malvino Salvador
 

Folha Vitoria

Malvino Salvador e Augusto Zacchi apresentam em Goiânia o espetáculo "Chuva Constante", neste sábado (17) e domingo (18), no Teatro Madre Esperança Garrido. O texto, que já fez sucesso na Broadway, coloca em xeque a amizade, a escala de valores, a honra e a lealdade. Conversamos com Malvino por Whatsapp sobre o seu retorno aos palcos, sobre o espetáculo e sobre a sua forma de lidar com a lealdade. Confira!


Confira na íntegra




Depois de alguns anos longe dos palcos, como foi o retorno ao teatro?

Olha, fazia cinco anos mais ou menos que eu tinha participado da minha última peça, Mente Mentira, que foi uma experiência maravilhosa pra mim, não só como ator, mas também como produtor e idealizador do projeto. Eu vinha com uma vontade muito grande de voltar ao teatro, desde quando eu terminei o Mente Mentira, mas não deixando as oportunidades passarem, acabei enveredando por vários trabalhos na televisão, no cinema, que foram muito importantes, inclusive, para a minha carreira, e por isso eu deixei o teatro ali um pouquinho quieto, né? Mas a vontade era muita, porque eu amo o teatro, eu amo assistir teatro e eu acho que o teatro para o ator é essencial. O teatro proporciona ao ator um domínio de palco, a relação palco plateia, ela é única, e o ator tem que lidar com essa relação a cada dia de maneira diferente. Ele não sabe o que vai acontecer, o que pode acontecer e ao mesmo tempo você vai percebendo a resposta do público, você vai percebendo em que medida o texto entra, em que medida o público reage, então você vai também adquirindo mais conhecimento sobre dramaturgia, porque você está fazendo aquele texto e está percebendo a reação do público todos os dias, né? E vai percebendo onde que reage mais, menos e você consegue estabelecer aí certos critérios e dizer assim: "olha, isso funciona. Isso na dramaturgia funciona". Então se você está falando uma coisa dramática, uma coisa que provoca o riso, isso nos dá muito conhecimento. Então eu vinha com muita vontade de voltar pro palco e isso aconteceu logo em seguida a minha última novela, "Amor à Vida". Eu estava com muita vontade e por acaso apareceu essa peça. Quando eu li o texto, eu fiquei alucinado por ele e falei assim "preciso fazer novamente" e encontrei nesse texto uma oportunidade pra viver um personagem completamente diferente dos que eu já tinha vivido anteriormente e pra mim então seria um grande desafio, além de estar inserido numa peça com um texto muito contundente, que eu acreditaria que seria de muita relevância levar isso ao conhecimento do público.


Chuva Constante (A Steady Rain) tem o texto de Keith Huff e foi recorde de bilheteria na Broadway. Como você vê a apresentação do texto no Brasil? Foram necessárias mudanças? O público tem se identificado?

Chuva Constante foi escrito como você falou pelo Keith Huff. Ele antes de ser um autor de teatro é um autor de séries de televisão. Já escreveu para House of Cards, Mad Men. Então é um cara que tem uma escrita muito desenvolvida e direcionada para esse estilo de linguagem. E ele conseguiu imprimir essas características na peça, nesse texto, de uma forma muito contundente, enveredando por um caminho que ele conhece muito bem, por um universo que ele conhece muito bem, que é esse meio, esse ambiente policial, né? Então conta a história de dois policiais que são amigos desde a infância e que passam, experimentam experiências, numa trajetória de acontecimentos que vai mudar a vida desses dois personagens pro resto da vida, colocando em questão vários aspectos relacionados à profissão dos dois, enquanto policiais, os dilemas que aparecem diante deles, e também as relações, principalmente a relação de amizade e a relação desses caras com família, como que eles lidam com a família, como eles entendem a vida, como eles agem com as pessoas com quem eles gostam. Isso vai definir o sucesso ou o fracasso de cada um deles. Essa peça realmente foi um "sucessão" de bilheteria na Broadway, não só pelo fato de ter sido encenada pelo Hugh Jackman, muito conhecido por fazer o Wolverine, e o Daniel Craig, que é muito conhecido por fazer o James Bond, o último James Bond, do 007. Mas pela potência realmente do texto e da história, porque antes de ter ido na Broadway, ela já tinha feito sucesso em Chicago com dois atores desconhecidos da mídia. Por isso, o Hugh Jackman e o Daniel Craig compraram o espetáculo e se apresentaram na Broadway. Depois disso, claro, a peça está sendo encenada no mundo inteiro. Nós decidimos não mudar nada do texto, porque é uma história americana, ela tem muitas características e certos acontecimentos são reais, a peça é baseada em fatos reais, então não tinha muito como mudar e transportar para o Brasil, pro universo da polícia brasileira, né? Embora a gente acredite, e por isso a decisão foi essa, de achar que polícia é polícia em qualquer lugar do mundo. Eles vão ter que lidar com certas situações extremas, que levam essas pessoas a situações limites, em que esses caras agem muitas vezes por instinto, e uma decisão, ela pode provocar a morte ou salvar a vida de uma pessoa. Então é uma profissão muito importante e vários temas, várias situações são apresentadas na peça, esses personagens, como te falei, eles são, eles enfrentam vários dilemas e as atitudes deles vão ser postas pro público. Mas a gente achou que não seria necessário passar pro Brasil, porque as histórias são histórias, são histórias de pessoas que se gostam, com as suas convicções, cada um com as suas características, com sonhos, desejos, ao mesmo tempo defeitos, né? E é uma peça que fala sobre valores e os valores são universais, cada um tem os seus. Nós estamos falando de uma peça contemporânea, que foi feita por um autor ocidental, então é muito próximo também do universo brasileiro, então por isso não houve a necessidade de transportá-la para o Brasil. E o público tem reagido de uma maneira maravilhosa aqui no Brasil, porque a peça realmente pega, pega na alma de quem assiste. As pessoas vão conhecendo esses personagens, vão se identificando com eles ou rechaçando, na medida em que esses valores são apresentados e o público ao final do espetáculo ele não só se identifica ou torce por um, porque os dois personagens que são amigos no final vão ter que ter um acerto de contas, porque há uma traição no meio do caminho, então o público além de se identificar com as personagens, ela também embarca na trama, porque a trama é muito interessante. A trama é contada em quebra-cabeça, o público vai fazendo as associações dos fatos e vai imaginando o que pode acontecer e vai chegando a um estado de curiosidade, porque vai provocando um certo mistério no que vai acontecer. E o público vai ficando assim paralisado na cadeira, na poltrona, esperando saber o que vai acontecer no final diante de tudo aquilo.


Chuva Constante coloca em xeque temas como amizade e lealdade. Como você lida com esses temas em sua vida particular?

Eu acho que esses temas são a grande questão levantada ali no espetáculo. É a relação de amizade desses dois personagens, eles crescem juntos, eles são os melhores amigos e um deles acaba se apaixonando pela mulher do melhor amigo, e em um momento vai se envolver com ela. Eu não posso contar muito mais além disso o que vai acontecer depois, porque senão perde a graça totalmente do espetáculo. Esse é o grande barato dele. Eu acho que a lealdade é uma das maiores conquistas que uma pessoa pode ter se ela conseguir levar isso pra sua vida. E não basta exigir a lealdade dos outros, se você não for leal. Eu acho que deve haver cumplicidade, assim que eu gosto de levar as minhas amizades, eu sou daqueles que tenho poucos e bons amigos, sabe? Eu valorizo os meus amigos, eu dou atenção a eles, porque eu gosto muito deles e sou leal sim. Eu trago isso na minha vida, mas também exijo lealdade.


Que tal convidar o leitor do Arroz de Fyesta para conferir o espetáculo em Goiânia neste final de semana?

Então é isso aí, galera de Goiânia, pessoal que acompanha o Arroz de Fyesta, eu espero todos vocês lá no Teatro Madre Esperança Garrido, no próximo sábado, às 21 horas, e domingo, às 20 horas, para assistir ao espetáculo "Chuva Constante". Venha se divertir e se emocionar! Eu espero todos! Um beijo! Tchau, tchau!


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