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A música e o entretenimento0 comentário

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Repórter Teen

Por Gabriela Paschoal

18 anos, aluna do Curso Visão.

Publicado em 17/04/2015 14:23

 

Um dos maiores problemas da minha geração, sem dúvida, é a falta de referenciais sólidos e isso me causa uma extrema descrença. Convivo com várias pessoas que fazem das letras de música um exemplo a ser seguido. "Mas é só uma música", me dizem. Não, não é SÓ uma música, toda a discussão vai além disso. "Mas a música é uma mera forma de entretenimento". Não, não é.

Interessante como "evoluímos" no combate ao preconceito contra as minorias e questões desse tipo não são consideradas no nosso dia-a-dia. Incrível como a falta de ética se confunde com a liberdade de expressão. Há uma linha tênue que divide as duas e, muitas vezes, tendemos a ultrapassá-las. Mas lembre-se: "a sua liberdade termina quando começa a do outro", de fato.

Aprendemos na escola que a arte, em geral, é a manifestação nas mais variadas formas do pensamento vigente no contexto em que ela foi produzida. Ela eterniza os valores e a noção que a sociedade da época tem de "mundo". Pois bem. Eu me imagino daqui 10, quem sabe 15 anos, tendo que explicar aos meus filhos, envergonhada, que a verdadeira música foi feita na época dos meus pais. "Mas por quê, mamãe?" "Porque a música, na minha época, não foi feita pra nos conscientizar; tampouco foi feita com o intuito de nos ensinar a cidadania e o respeito às diversidades: foi feita pra nos 'entreter'." Será mesmo que a minha geração se simpatiza tanto com esse tipo de preconceito enraizado que deveria, em tese, ser erradicado?

Sempre paro pra pensar em como serão os livros de História daqui 50, 100 anos. É, no mínimo, cômico saber que as crianças estudarão letras de músicas regadas à apologia à violência das mais diversas formas. Ou, mais risível ainda: o livro de História termina onde o nosso parou. Pré-Historia, Idade Antiga, Idade média, Idade Moderna e Idade Contemporânea com o fim nos primeiros anos do século XXI. Realmente, seria hilário se não fosse trágico.

Não quero sair num sábado à noite pra me divertir e ser obrigada a escutar músicas que me deixem constrangida e me rebaixem. Quero mesmo é sair pra ouvir Caetano, Chico, Elis, Oswaldo, Cássia, Cícero. Ou até mesmo rap ou qualquer outro gênero musical que acrescente alguma coisa na minha formação e, caso não acrescente, que pelo menos não deturpe os meus valores.

 

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