Em um mês da disponibilização do serviço, apesar de a maior parte dos mais de 3 mil acessos acessos ser de Goiás (60,5% do total), o chatbot Vitória tem atendido pessoas também de São Paulo (11,5%), Rio de Janeiro (8,4%) e Ceará (5%). A inteligência artificial ainda registrou, em menor volume, acessos a partir dos Estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina.
E por que tanto sucesso? Segundo o subsecretário de tecnologia da informação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), Celso Camilo, é justamente pela facilidade de navegação e qualidade no atendimento. “Esse alcance nacional mostra o quanto a tecnologia pode ganhar escala. Contribuir com cidadãos de outros Estados nos engrandece ainda mais. Temos a clareza de que, quanto mais colaborarmos, melhor e mais rápido o País sai dessa crise”, analisou.
A atendente virtual foi desenvolvida por técnicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e da Secretaria de Estado da Saúde (SES), do Governo de Goiás, em parceria com o Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Faculdade de Medicina da UFG.
Atenção virtual e humanizada
Moderno e acessível a todos pela internet, o chatbot Vitória, desenvolvido com inteligência artificial, é a etapa de teletriagem, que consiste, basicamente, na utilização de um robô para avaliar, por meio de perguntas, se a pessoa está com sintomas condizentes com a infecção pelo novo coronavírus. “Essa inteligência artificial identifica se o cidadão tem sintomas significativos da Covid-19. A partir daí, ele recebe o atendimento humanizado que mais se encaixa no seu perfil”, disse Celso Camilo.
Na transição entre o virtual e o real estão as outras duas etapas de atendimento: a teleorientação e o telemonitoramento. A primeira ocorre quando um profissional da saúde coleta mais informações sobre os sintomas e o estado de saúde da pessoa. Em último caso, surge o telemonitoramento. “Aqui, o médico vai decidir se o paciente precisa ou não ir para unidade de saúde, e se o caso deve ser notificado para a Vigilância Sanitária [como suspeita de Covid-19]”, explicou o coordenador do Núcleo de Telemedicina e Telesaúde da Faculdade de Medicina da UFG, Alexandre Taleb.
Taleb, que é doutor em Telemedicina pela Universidade de São Paulo (USP), foi o responsável por desenvolver o sistema de prontuário eletrônico que é utilizado nesse atendimento virtual. “Essas ferramentas digitais permitem que possamos fazer a triagem do paciente com toda segurança, sem que haja deslocamento até um pronto-socorro”, salientou.
O chatbot Vitória faz parte da Central de Orientações (Cori) sobre a Covid-19 do Governo de Goiás. Além do atendimento on-line, o cidadão pode entrar em contato via telefone, 62 3201-9300. Nos dois casos, o serviço é oferecido todos os dias, das 7h às 19h.
Os atendimentos englobam mais de 70 servidores da saúde, devidamente capacitados. Entre as especialidades estão médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais. Caso o paciente apresente sintomas que se encaixem no perfil da Covid-19, mas não precise de atendimento médico presencial, ele será monitorado pela equipe da Cori diariamente, durante 14 dias. Todas as etapas do atendimento são gratuitas.