Foto: Ebert Calaça

Quem trafegar pela Avenida Cora Coralina, no Setor Sul, a poucos metros da Praça Cívica, vai poder conferir murais artísticos produzidos pelo artista visual Kboco. Um deles foi pintado em toda a extensão do muro de um imovel localizado na movimentada via em que circulam diariamente veículos e pedestres que vão do Setor Sul em direção ao Setor Central. O outro mural está ao lado, na Praça Wilton Valente Chaves, nº 140, também conhecida como Praça Cora Coralina, espaço que abriga o Coletivo Centopeia. 

A iniciativa faz parte do projeto Base Central, contemplado pelo Fundo de Arte e Cultura, mecanismo de fomento gerenciado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A ação tem como proposta resgatar a memória do projeto urbanístico da capital com intervenções no seu circuito original. 

A Avenida que leva o nome da poetisa goiana conta com uma curiosidade pessoal para o artista:  ali, antes, era uma viela onde  Kboco morou por um período  na sua  infância . Ela foi transformada em avenida no ano de 2000 para servir como ligação entre as ruas 87 e 82. A transformação causou a descaracterização da Praça Cora Coralina, que precisou ser dividida em duas pela nova via — mais uma alteração no desenho original do bairro.

Usar a arquitetura como ponto de partida e suporte, incorporar elementos da paisagem e ambicionar por ações transformadoras do espaço social. Essas são as premissas do Base Central 2023 (@basecentral23), projeto de murais do artista visual Kboco desenvolvido no centro e Setor Sul de Goiânia. 

O projeto é uma concepção de Kboco, que em sua primeira edição contou com a participação do artista goiano Santhiago Selon. Já a segunda edição migrou para o município de Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros, onde o artista residiu por um período. 

Para Kboco, a proposta de fazer intervenções no circuito original da cidade é justamente resgatar a memória de que Goiânia nasceu de um projeto urbanístico interessante e vanguardista, mas seu crescimento atual ignora as diretrizes desse plano.

A partir do primeiro traçado de Attilio para a construção do Setor Sul, o projeto contou com concepção final do arquiteto Armando de Godoy que implementou, por exemplo, o conceito de cidade-jardim característico do bairro.