Layza Vasconcelos

Com instrumentos feitos de materiais reutilizáveis, o grupo Vida Seca apresenta nesta quinta (6) e sexta-feira (7), no teatro do Instituto Federal de Goiás (IFG) o seu mais recente trabalho “Rua 57, nº60”. Na quinta a sessão será às 20 horas e na sexta, às 19h. O espetáculo conta com 50 minutos de música instrumental e autoral sobre a temática do Césio 137, acidente radiológico ocorrido em Goiânia há 29 anos.

A apresentação será aberta ao público em geral e à comunidade escolar com horários flexíveis para atender todos os turnos de aula. A entrada será gratuita e os ingressos poderão ser retirados na bilheteria do teatro 2 horas antes do espetáculo. Para as escolas interessadas, a inscrição dos alunos pode ser feita pelo site www.vidaseca.com.br/rua57

A ideia de trabalhar com o assunto surgiu em 2007. De uma performance artística e um vídeo dança em parceria do ¿por quá? grupo de dança, veio a necessidade de pensar mais profundamente sobre a história de Goiânia por meio da arte, como explica o integrante Ricardo Roqueto.“Trabalhamos bastante na trilha sonora do vídeo, gravamos muita coisa e esse material ficou guardado. A gente tratou como uma ‘sobra’ no primeiro momento, mas depois ouvindo e vendo sua riqueza, percebemos que ainda tínhamos algo a percorrer com essa história”. 

A relação do grupo com o acidente radioativo se estendeu a um CD (2015) e a um projeto cultural, o “Rua 57, nº 60 – Intercâmbio e Difusão”, que teve início em 13 de setembro com programação composta por palestra, mostra de vídeos e oficina. O encerramento do projeto será realizado com as apresentações no teatro do IFG.

O que já foi feito- “Até hoje me perguntam se eu brilho de noite”. A piadinha, que de engraçada não tem nada, saiu da fala de Sueli Lina de Moraes, vítima e presidente da Associação de Vítimas do Césio 137. Toda piada tem um fundo de medo, ignorância e, principalmente, falta de informação. Essa foi uma das questões levantadas na palestra “Césio 137 – 29 anos”, que abriu a programação “Rua 57, nº 60 – Intercâmbio e Difusão”, projeto cultural organizado pelo Vida Seca, no dia 13 de setembro. Sueli Lina e Júlio de Oliveira, professor e pesquisador do tema, foram convidados para expor as suas experiências na área.

“A maioria das pessoas que trabalharam com a gente (com os contaminados) está com câncer. De policiais, a bombeiros, infelizmente a maioria”, comenta Sueli Lina.

A estudante de arquitetura e urbanismo, Bruna Moreno, comenta que foi na palestra que teve um contato mais profundo sobre os efeitos do acidente em Goiânia e considera que entender o que foi esta parte da história é um fator crucial para enxergar a cidade nos dias de hoje. “Me dei conta de que é o maior acidente radiológico do mundo e talvez ninguém saiba, nem quem mora aqui. São pessoas que passam pelo centro todos os dias, que vão a eventos no Centro de Convenções (área onde funcionava o Instituto de Radiologia de Goiânia), que nem sabem que existiu o acidente. Para mim não faz sentido”.

Serviço:
Vida Seca apresenta Rua 57, nº 60
Data: 06 e 07 de outubro de 2016
Horários:
06 de outubro – 20h
07 de outubro – 10h / 15h (sessão esgotada) / 19h
Local: Teatro do Instituto Federal de Goiás (IFG), Rua 75, nº 46, Centro
Informações: (62) 3609-8386

Com instrumentos feitos de materiais reutilizáveis, o grupo Vida Seca apresenta nesta quinta (6) e sexta-feira (7), no teatro do Instituto Federal de Goiás (IFG) o seu mais recente trabalho “Rua 57, nº60”. Na quinta a sessão será às 20 horas e na sexta, às 19h. O espetáculo conta com 50 minutos de música instrumental e autoral sobre a temática do Césio 137, acidente radiológico ocorrido em Goiânia há 29 anos.

Serviço:
Vida Seca apresenta Rua 57, nº 60
Horários:
06 de outubro – 20h
07 de outubro – 10h / 15h (sessão esgotada) / 19h
Local: Teatro do Instituto Federal de Goiás (IFG), Rua 75, nº 46, Centro
Informações: (62) 3609-8386