Jorge Vercillo é a atração do Projeto MPB Petrobras em sua passagem por Goiânia, no dia 23 de outubro, no Teatro Rio Vermelho. O Projeto MPB Petrobrás é uma iniciativa que, desde 1997, busca difundir a música popular brasileira, apresentando importantes cantores e compositores brasileiros.
 
Promovido pelo Caderno 2 Produções Artísticas, de Salvador, o MPB Petrobras conta com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e patrocínio exclusivo da Petrobras para a realização de apresentações a preços populares, sendo a renda revertida para instituições sociais, culturais ou esportivas. Além disso, o projeto oferece oportunidade para que talentos locais mostrem seus trabalhos.
 
Novo trabalho
 
Seria exagero comparar este "Todos nós somos um" a um novo poço da Petrobras, cheio daquele petróleo leve, valioso e fácil de refinar? Penso que não, se levarmos em conta que a música de Jorge Vercillo sempre pareceu uma Bacia de Campos: inesperadamente rica num meio musical pasteurizado, aparentemente exaurido e de onde não se esperava mais nada; amada pelo povo e admirada pelos especialistas, mas com severas restrições de parte da crítica e do pensamento médio; já jorrando bem, mas com a sensação de que um imenso potencial ainda estivesse escondido na camada pré-sal...
 
Metáforas à parte, este sétimo disco de Jorge Vercillo é mais do que o melhor disco de Jorge Vercillo. É o refinamento dos bonitos desenhos melódicos, dos vôos harmônicos que suas canções sempre tiveram e que encantavam admiradores exigentes como Ed Motta, Marcos Valle, Guinga. É o aprimoramento da inspiração essencialmente musical que guia a obra de Vercillo, representada pela profusão de gêneros e ritmos (bolero, samba, ijexá, baião, xote, toada, canção brasileira, canção jazzística, blues...), pela utilização de compassos irregulares (como "Numa corrente de verão", um samba em compasso 7/8, ou "Vôo cego", um samba bossa nova ternário, e não quaternário como o habitual), pela busca sempre do acorde mais bonito e não da simplificação harmônica, pela presença e pelo espaço para solos que alguns dos melhores músicos brasileiros têm no disco. É uma busca por letras mais refinadas, arredondadas, bem acabadas.
 
"Todos nós somos um" é, também, o mais brasileiro dos discos de Vercillo. Brasileiro não propriamente no sentido de nacionalidade, mas de filiação à tradição sempre inovadora, versátil e multifacetada da música brasileira. E sem perda, mas também sem submissão à influência pop, antes mais dominante em seus trabalhos, agora mais um elemento (aliás, enriquecedor, senão ouçam a canção-título, um rock fluente).
 
Para celebrar a nova fase de Vercillo, uma espécie de comissão de frente da música brasileira põe-se à disposição para parcerias, gente como Fátima Guedes, Marcos Valle, Guinga, Paulo César Feital, entre outros, presentes no disco. Além de arranjadores de primeiro time, como Gilson Peranzzetta, Jota Moraes, Eduardo Souto Neto, Jessé Sadoc, Paulo Calazans que complementam com cordas e sopros os arranjos de base criados pelo próprio compositor e violonista.
 
 
Serviço

 
Jorge Vercillo - Projeto MPB Petrobras
Data: 21 de outubro de 2008 (terça-feira)
Informações na bilheteria do Teatro Rio Vermelho (a partir de 17/10)
Fone: (62) 3219-3400