MCTI quer descarbonizar construção civil | 0 comentário |
Vem Aí
Publicado em 29/12/2023 01:12
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) quer promover edifícios com zero emissões de carbono, o chamado net-zero. O projeto, que se estenderá até 2029, vai permitir que o Brasil enfrente as principais barreiras, considerando todo o ciclo de vida da edificação, para a adoção de soluções que utilizem tecnologias de baixo carbono.
A medida contribuirá para a criação e aprimoramento de políticas públicas e planos de ação nesta área, auxiliando o país a atingir as metas estabelecidas na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e alcançar a neutralidade de carbono, prevista para 2050.
A iniciativa conta com cerca de US$ 10 milhões em recursos não reembolsáveis do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), tendo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) como agência implementadora. O governo brasileiro deverá apresentar uma contrapartida por meio de linhas de crédito e financiamento.
O projeto visa à mitigação das emissões de gases de efeito estufa do setor da construção civil por meio do aprimoramento do arcabouço político-institucional, de projetos piloto, implantação de inovações tecnológicas, capacitação e disseminação de boas práticas.
Entre os desafios que devem ser enfrentados pelo Brasil para ter edifícios net-zero estão as grandes quantidades de materiais com alto consumo de água e energia e de resíduos nos processos de construção, baixa eficiência energética, que desconsidera as condições bioclimáticas, além do desperdício na operação de edifícios e equipamentos.
Outra preocupação envolve a alta demanda de energia por edificações para gerar conforto térmico, como uso de ar condicionado. Segundo relatório de 2021 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), as edificações consomem 51% da eletricidade do país. O crescimento da população urbana e o aumento da renda também estão entre os fatores de maior preocupação.
O projeto ainda passará por uma fase de detalhamento para estabelecer o número de empreendimentos, os tipos de edificações - novas ou antigas, bem como as tecnologias que serão apoiadas. Também serão definidos os arranjos institucionais, que devem incluir entidades do setor de construção civil, da área energética e bancária.