Faz três décadas desde a época em que me formei em Medicina e passados todos esses anos, o que noto em relação ao Diabetes Mellitus e o seu tratamento são alguns fatores considerados ruins e outros bons.
Vamos iniciar com os ruins: faltam políticas públicas adequadas, visando o atendimento e a dispensação de medicamentos de melhor qualidade e eficácia para o tratamento de nossa população diabética com menor renda familiar. Houve um aumento vertiginoso de casos de Diabetes, inclusive entre os adolescentes, o que vem acompanhado do crescente número de casos de obesidade em nível mundial. O Diabetes ainda é a principal causa de amputações, cegueira e doença renal terminal (hemodiálise).
Os bons: os casos de coma diabético são bem mais raros, devido à chegada ao mercado de novas e modernas insulinas e seus análogos. Antes tínhamos apenas duas opções de tratamento medicamentoso para os diabéticos não insulino-dependentes. Hoje temos mais de 64 combinações possíveis para tratá-los de maneira adequada e mais precoce.
Estou escrevendo para esta coluna diretamente de São Paulo, onde vim para o lançamento nacional de um novo antidiabético oral que atua promovendo a redução da glicose sanguínea e de peso, atuando prioritariamente a nível renal. Esta nova classe de medicamentos é denominada Inibidores do SGLT2. Mais avanços no tratamento estão por vir. Aguardem! Mas não se esqueçam da suma importância da dieta adequada e atividade física programada.